A lição digital

Do computador à lousa digital, pesquisas inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola

Poucos segundos depois de bater o sinal que anunciava o início da aula de ciências, os alunos do 6º ano começaram a entrar na classe da professora Leika Procopiak, cada um carregando seu próprio laptop, trazido de casa. Ao se acomodar nas mesas, nenhum deles tirou da mochila um caderno ou um livro. Abriram seus computadores, conectaram-se à internet (sem fio e de alta velocidade) e estavam prontos para aprender a lição do dia: fotossíntese. “Cada dupla decide quais das atividades fará hoje”, disse ela, no início da aula.

Sem usar a lousa e movimentando-se pela sala, Leika passou os 80 minutos seguintes orientando pesquisas em bancos internacionais de dados on-line sobre fontes de energia. Ajudou a fazer simulações gráficas de como variações da luz e da temperatura podem afetar o resultado da fotossíntese. Corrigiu exercícios propostos a partir de vídeos a que os alunos assistiram em sites especializados na web. Depois, cada dupla de alunos produziu um relatório, compartilhado com os colegas e com a professora pelo serviço de arquivos on-line Google Docs. O sinal marcando o fim da aula bateu e nenhum caderno saíra das mochilas.

Essa aula aconteceu na Graded School, uma das melhores escolas de São Paulo. É o tipo de atividade com que sonham pais deslumbrados com a parafernália tecnológica que atualmente é alardeada por colégios particulares. Escolas que muitas vezes cobram mensalidades mais altas por isso. Há mais de 25 anos tenta-se comprovar a eficácia do uso da tecnologia no ensino. Mas depois de tanto tempo, e de tanto marketing, ainda resta a pergunta: usar tecnologia para ensinar faz os alunos aprender mais?

Leia a reportagem completa na Revista Época

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5 Responses to A lição digital

  1. Claridete Coelho Augusto Molina says:

    Fiquei impressionada com as experiencias relatadas, usando aulas digitais com os alunos. Mais ainda na reflexão quanto aos resultados até aqui. Acredito que Katie, está com a didática para o futuro, mas as tais habilidades do futuro, ainda não estão adequadas a ela, por isso não houve sucesso nos testes atuais. Fiquem tranquilos, a aprendizagem acontece para ser usada em um contexto e isso é que está adequado. Como temos muitos contextos, as didáticas precisam ser diferenciadas também. Assim penso e acredito.

  2. DAYANE G. B. BALABAN says:

    Sou totalmente a favor da tecnologia, sou pedagoga e trabalho com informática educativa, e acredito que a tecnologia veio para inovar e sintetizar o aprendizado e o futuro de crianças e adolescentes tornando em futuros cidadãos.

  3. Gracinda de Paula Marins says:

    O uso da tecnologia certamente auxilia no ensino do aluno, no entanto, a tecnologia é mais uma ferramente de uso didático o qual propicia ao docnete e ao aluno uma nova forma de aprendizado cujo fim é o saber construído e não meramente adquirido sseja por meio das nocas TICs ou por meio tradicional (giz/lousa). Toda a modernidade contribui, desde que usada para fins da contrução do conhecimento e não para adquirir informações.

    • equipeabp says:

      Bom Dia Gracinda!

      O acesso a informação é o 1º passo para o processo de construção do conhecimento, mas não é o suficiente.
      Por isso, precisamos pensar em formas diferenciadas para atender a necessidade do nosso aluno e com isso auxiliá-lo nesse processo.

      Lina

  4. José Carlos Marins says:

    Sim, todo e qualquer instrumento para acrescentar e melhorar a aprendizagem, ajuda sim, desde que o professor ao utilizar tenha conhecimento e saiba usar adequadamente esse recurso. Os alunos necessitam de que o professor traga algo que faça parte da vivência daquele, proporcionando interação entre aluno-professor.

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